sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Meu espaço de escrita


Faço aqui um exercício. Trata-se de um soneto. Talvez meu primeiro, que arrisco no éter. Em decassílabos ou melhor, heróicos ou sáficos (imperfeitos, pois a contagem não está rigorosa), as estrofes em rimas alternadas ou cruzadas (aí está a radiografia mínima, formal, pretendida...). Levem em conta - os eventuais críticos, anônimos ou não - que me preocupei com o todo e com a mensagem; como um esteta iniciante (ou que procura ser um esteta) que buscasse transforma o barro informe em um busto. Por certo o nariz sairá torto, os olhos sem expressão, a cabeça muito alongada. Assim são estes meus versos (pretensamente em forma de soneto).  Deixo à consideração:

Em cada passo uma eternidade,
que no dia a dia lenta se desdobra,
palavras, gestos, momentos, saudade,
que nos enredam feito uma cobra.

Vamos arrastando pelos caminhos,
nossos passos aturdidos e loucos,
macerados, sangrados de espinhos,
que nos vai amortecendo aos poucos.

E quando pararmos para o descanso,
suspirando no termo percorrido,
olhar perdido, o coração manso,

e invocarmos a felicidade;
nos virá a ilusão dos dias findos,
em cada passo da eternidade.

É isso  (ufa!). Agradeço os que tiveram a paciência de ler. Carlos Roberto Husek

2 comentários:

  1. E que o amortecimento não seja completo
    Que o sorriso afável e o olhar perdido
    Sejam perenes, assim espero
    Neste grande Mestre, eterno menino

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