quinta-feira, 16 de maio de 2013
Dez pequenos poemas sem título
I
A vida passa,
em busca da
verdade,
enquanto no forno
da existência
o coração arde.
II
Por vezes há gotas de luz
esparzidas
em pequenas camadas
que não absorvem
os estragos
das grandes feridas.
III
Fica no ar a possibilidade
de olhar no horizonte
perdido,
um raio esquecido.
IV
Às vezes o dia se vai
apagando de mansinho
a luminosidade do caminho.
V
Meus olhos cismavam.
Eram puros...
Brilhavam, reverberavam,
mesmo nos dias escuros.
VI
Apanho rosas pelos caminhos,
e me firo de espinhos.
VII
Ouço o som de coisas mortas,
compassadamente
batendo em todas as portas.
como se fosse o presente.
VIII
Arrasto chinelos que não visto,
por ruas que não ando...
IX
Vou de ponto em ponto
fazendo sinal à condução
que passa,
passa...passa...passa...
X
Estes olhos, meus olhos,
Estes ouvidos, meus ouvidos,
Estes lábios, meus lábios,
e nenhum sentido...
Carlos Roberto Husek
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