domingo, 27 de janeiro de 2013

Paulo Bomfim


Paulo Bomfim, do livro "Práia de Sonetos", poema "Da Chegada"


"Quando chegares e eu já for ausência,
Pensamento estrangeiro em tua fronte,
Brisa de paz que se transforma em fonte,
Ou simples intuição sem permanência.

Pressente-me na chuva da inclemência,
nas aves desgarradas do horizonte,
Nas alegrias construindo a ponte
Por onde há de voltar toda inocência.

Quando chegares nas manhãs de olvido,
Invoca-me no fundo de tua alma
Dentro de um credo estranho e perseguido;

Que a morte há de soltar da garra adunca
Este que sou agora na tarde calma,
um sempre que renasce sobre o nunca!"


Carlos Roberto Husek



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