terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Meu espaço de escrita
Do meu livro "O Cavalo da Escrita", poema "A Gueixa"
Uma espécie de obi
envolve-lhe a cintura.
- Prepara o chá -
Pulso fino, dedos suaves.
- Inclina a xícara
e despeja o líquido
fumegante da chaleira -
Transparece-lhe parte
do joelho alvo,
possivelmente
como todo resto do corpo.
Advinha-se-lhe a delicada
geografia.
- Sorri na oferta,
porcelana e prata -
Na face
a impossibilidade do branco.
Um momento, uma paisagem, uma delicada presença. Na máscara impassível a profundidade dos gestos. Na profundidade dos gestos um tom, um silvo fino, longo, quase imperceptível, que percorre a espinha e se assenta nos olhos, que sorriem sem qualquer movimentação dos músculos da face. Uma promessa que fica no ar, escrita nas entrelinhas, levemente desenhada. Carlos Roberto Husek.
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Gueixas e máscaras...kabuki...historicamente apenas as mulheres atuavam no Kabuki - ritmo composto por cantar, dançar e representar. E vestiam-se como homens. O Oriente e suas contradições!
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