sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Florbela Espanca


Suicidou-se aos trinta e seis anos, entre o dia 7 e 8 de dezembro (na passagem), exatamente a data em que completaria esta idade. Tratou-se de uma espécie de ritual. Nasceu em Vila Viçosa, Alentejo, em 1894 e morreu em 1930.
Sua poesia produto de solidão, romantismo e tristeza que não morreram nos dias atuais. A prova disso é o poema "Fanatismo", tornado música conhecida pela voz do cantor Fagner:

"Minh'alma , de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda razão da minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

'Tudo no mundo é frágil, tudo passa...'
Quando me dizem isto, toda graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
'Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...'"

E mais, algumas quadras fantásticas de lirismo:

(poesia Frieza)

"Os teus olhos são frios como as espadas,
E claros como os trágicos punhais;
Tem brilhos cortantes de metais
E fulgores de lâminas geladas."

(poesia Errante)

"Meu coração da cor dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
A perder-se nas brumas dos caminhos."

A realidade não é esta? Há fome, desemprego, crimes? Talvez falte poesia (uma solução prática...!). Carlos Roberto Husek

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