terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Latipac - A cidade e seus espelhos


Não há mais o que falar sobre Latipac. Muitas páginas ainda subsistem (são ao todo 237 páginas de um único poema).

Na última postagem falamos num recomeço, como o novo caminho após a morte (morte da vida, morte em vida, morte do que se entendia eterno, morte simplesmente). Mas nada efetivamente morre, apenas se transforma. Aliás, as coisas permanecem e ganham novas cores, novas proporções, novos efeitos. Na verdade, nada há de novo sob o sol, nem as nossas perplexidades, nem as nossas indiferenças, nem as nossas vontades, nem as nossas apostas. 2013 vem como veio 2012 e virá 2014. Um ano após outro repleto de significados ou não significando nada, a não ser um outro olhar, o olhar que nos propomos diante da mesma paisagem. Nós somos a eterna mudança, por isso é que permanecemos, e porque também somos a eterna permanência, nos reinventamos.

"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia estarei mudo:
- mais nada."(Cecília Meireles)


A vida só vale a pena se reinventada. Carlos Roberto Husek

2 comentários:

  1. E aqui me deparo com o soneto por mim mais amado. A definição de uma vida: Não sou alegre nem triste:sou poeta.
    Quiça um dia, outrora, por enquanto vou vivendo, sem saber lidar com o que me entorna ;)
    Saudades de suas palavras, Mestre. Que fevereiro chegue logo!

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  2. Cecília maravilhosa! Amo suas poesias.....

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