terça-feira, 2 de abril de 2013

O silêncio, os espaços e o vazio na poesia


Continuamos na economia das palavras. A poesia está no ar, no éter, no vácuo, nos vazios, entre os átomos. Por este motivo, é que existem técnicas que se utilizam de espaços, de pontos, de repetição de palavras, de sonoridades para dizer o que não está escrito:

Noite...
O silêncio dialoga
com outros silêncios.
No ar algum grito,
algum silencioso grito,
que vem...,
um grito abafado,
que desligou-se do corpo
pelos poros,
pelos olhos,
pelas faces,
e se fez ouvir nos confins
da noite escura.
     Noite.
.......................................
Noite de espaços.
.......................................
Noite de silêncios.
......................................
Noite de cansaços.
.....................................
Noites de vazios.
.....................................
Noite...
e no vazio desses espaços
respiram palavras
               adormecidas.

A poesia (se é que pode ser classificada de poesia) acima, não passa de uma brincadeira com as palavras (repetição) e com os espaços (talvez, com os sentimentos; talvez, com alguma filosofia de vida). Nada dizer é dizer. A vida também fala no silêncio. Carlos Roberto Husek
   

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