terça-feira, 30 de outubro de 2012
Latipac - A cidade e seus espelhos
Salvador
(destacando Castro alves, versos grifados em Navio Negreiro)
'"Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali'
A pele negra queimada,
pela água salgada,
pelo sangue dos ancestrais,
rema na madrugada,
algemada, mais e mais"
'"Quem és tu? Quem és tu?
És a glória talvez!
Talvez a morte!...'
A luta incessante,
a incessante lida,
e tudo se resume na força
do povo,
que torna a morte amortecida,
e tudo se resume na força
do povo,
que torna a morte sentida,
e tudo se resume na força
do povo,
que torna a morte aquecida,
pelas artes, pelos livros,
pela cultura criativa,
'Livros...livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n´alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.'"
Antônio de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847 e morreu em 6 de julho de 1871. poeta baiano que viveu boa parte de sua vida em São Paulo, como estudante da faculdade de Direito do largo São Francisco. Não terminou o curso - morreu aos 24 anos - não terminou a vida, somente terminou - parece - sua poesia, social "Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar! por que não apagas
Co`a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares tufão!...
e romântica "A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
"Adeus" eu disse-lhe a tremer co`a fala...
E ela, corando, murmurou-me: "adeus".
alcançando um grau de genialidade jamais observada por um poeta nacional. Não há necessidade de dizer mais nada!
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O vigor da poesia jovem de Castro Alves me arrepia sempre!
ResponderExcluirLembrei também da primeira peça de teatro que vi: "Arena conta Zumbi".