segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Latipac - A cidade e seus espelhos



Calcutá/Mumbai/Nova Délhi


"tudo se enfraquece,
                  desaparece,
se esfuna,
e Rabindranath Tagore,
com seu poema,
não vai a parte alguma,
poque os túmulos
                  permanecem,
na vida e após a vida,
       de terra e pó
       e fenecem
os corpos em cada caverna,
       com a laterna
       da eternidade,
pelos passeios empoeirados,
       da cidade,
pelos passeios empoeirados,
       da superios bondade,
pelos passeios empoeirados,
       sem consumismo,
       ou vaidade,
nos lençóis brancos
                     enrolados."

É interessante notar que nas cidades mencionadas ao longo de Latipac, com destaque de alguns poetas e alguns versos, e, principalmente com a busca do espírtito de cada cidade, que no fundo é o mesmo em todas elas, os versos são sempre versos em branco e normalmente sem rima (emparelhadas, alternadas, cruzadas, intercaladas, encadeadas, continuadas, misturadas; pobres, ricas, preciosas, e etc). A rima é apenas uma possibilidade no conjunto da obra. O que interessa - creio - não é a rima ou a contagem clássica das sílabas (métrica - versos pentassílabo, octossílabo, eneassílabo, decassílabo e outros), e sim o RITMO. O ritmo é tudo na poesia, pelo menos na poesia de Latipac.
Mesmo a estrutura estrófica  (dístico, terceto, quadra, quintilha, sextilha, sétima, oitava, nona, décima) merece um lugar nas considerações poéticas e em alguns momentos do poema foi levada em conta, mas sem qualquer precisão, porque somente se importante ao ritmo é que tiveram alguma preocupação. O ritmo tem por base a harmonia sonora, e mais a harmonia da idéia, a musicalidade que está presente no som, na falta de som específico ao ouvido, mas de som específico ao espírito. Sentir é necessário, explicar é supérfluo. Em Latipac, o ritmo  está na poesia como um todo. Infelizmente há necessidade de ler do primeiro ao último verso e de sentir, mesmo os espaços em branco ( o espaço em branco e a forma do verso, começando em espaços diversos, em cada linha), para se concluir que há um ritmo. Difícil? Não para quem possa estar aberto ao sentimento. Espero sempre falar aos corações. Aí está o ritmo. Carlos Roberto Husek

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