quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Homenagem a Drumond


Aniversário de Drumond, hoje (31.10.2012) faria, salvo engano 110 anos, nascido em Itabira, Minas Gerais, viveu no Rio de Janeiro  e escreveu para o mundo. Latipac, embora de forma indireta, sofreu, provavelmente, influência de um certo estado de espírito, presente em Drumond, que, como um bom poeta, era solitário, não de uma solidão romântica, mas de uma solidão social, uma solidão da cidade, produzida pela cidade, que envolve os citadinos, em decorrência de suas ruas, de suas avenidas, de seus prédios, de seus olhos em olhos amigos no interior das escolas, das firmas, das fábricas. Uma solidão em decorrência dos gestos e das falas entrecortadas. Uma solidão tão solitária e inexplicável, que nem sabe de sua própria existência, iludida pelo azáfama da cidade. Fala-se tanto, falamos tanto; age-se tanto, agimos tanto, sempre comprometidos com afazeres e metas que nos esquecemos!. Esta é a verdadeira solidão da cidade! Esquecemo-nos do que fomos, do que somos, do quer nossa alma e das pessoas que são ou nos foram caras, porque mesmo estas estão desaparecidas,  dentro de seus próprios corpos, e não as reconhecemos quando passam por nós e para nós se dirigem, formal e socialmente. Somos ilhas, quase incomunicáveis, de mata densa e práias virgens. Quem nos conhecerá ao final de cada dia, de cada semana, de cada mês, de cada ano? Temos que conviver com esta falta de comunicação.
Disse Drumond, nos seus versos de "Uma hora e mais outra": "ja teu passo avança
                                                                                                    em terra diversa.
                                                                                                    Teu passo; outros passos
                                                                                                     ao lado do teu."

ou, no verso do poema "América": "é possível distribuir minha solidão, torná-la meio de conhecimento,"

ou, a um conselho dado a um amigo: " Mas há que tentar o diálogo, quando a solidão é vício."

Hoje, ficamos por aqui. Carlos Roberto Husek

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