sábado, 23 de março de 2013

Completando a postagem anterior


As palavras não devem ferir ou magoar; nem as atitudes. Há por trás de cada gesto ou de cada vocábulo um mundo de significados que não é possível compreender. Viver de palavras ou pelas palavras é construir um castelo de comunicação possível. O bom leitor é aquele que entende nas entrelinhas; o bom amigo  ( o melhor, o mais atinado, o essencial) faz mais: segue dando as mãos. Escrever é mais do que uma arte. É o manejo de instrumentos essenciais para a sobrevivência social. Em poesia, então, escrever é tocar notas que não são deste mundo! Por isso - dizem - o poeta é sempre um solitário (não é o meu caso, que não sou poeta; sou louco). Um louco enquadrado, cônscio, mas louco. A casa (a mente) às vezes está desarrumada, para os padrões deste grande hotel que se chama Planeta Terra, mas me viro bem. Ando pelos corredores, durmo, alimento-me, converso, tenho planos, escrevo e até consigo produzir (e produzir muito!). Quero encontrar com o leitor amigo num café, ao largo do jardim destes cômodos, olhando a janela no restaurante, ou simplesmente ouvindo a música de um pianista em uma sala escura. As poltronas das frases é sempre um bom começo para o descanso e para a conversa. Talvez, a vida não seja um grande hotel fixo, mas flutuante; um navio sem a estabilidade desejada. O balanço do mar, porém pode embalar nossos sonhos. Barthes, o linguista, faz análise alentada deste e de outros fatos, em vários de seus livros sobre comunicação. Sempre podemos voltar a épocas primitivas; abandonar as palavras e nos instrumentarmos de tacapes: a comunicação assim ficará mais fácil e objetiva. Escrever é uma tortura. Disse Drummond: "Lutar com as palavras/ é a luta mais vã/ Entanto lutamos/Mal rompe a manhã.". Carlos Roberto Husek.

Um comentário:

  1. Deve ser muito bom saber brincar com as palavras. Quem dera eu soubesse....

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