Pequenos poemas às vezes têm a profundidade dos grandes segredos e oferecem dimensões essenciais para a compreensão do que é inexplicável no cotidiano. Versos soltos ou mesmo grandes poemas com versos que poderiam se apresentar autônomos, também têm uma janela para a eternidade. Eternidade é o momento que nos abre os olhos para a verdade da vida, ou da nossa vida, e que não podemos traduzir com palavras comuns e em frases lógicas.
Emily Dickinson
"Tudo varrido para longe dos pés
Isto - é a imensidão -"
Guilherme de Almeida
Canção entre parênteses
"Que bom que você veio!
(Estava de ouro na janela o poente:
e cerrei a janela, calmamente;
no meu cigarro, havia um céu inteiro:
e deixei-o apagar-se no cinzeiro;
o romance que lia era o mais lindo:
e marquei a minha página sorrindo;
o meu sorriso era o melhor que existe:
e desfolhei-o, docemente triste;
a frase que eu pensava era tão louca:
e fechei para um beijo a minha boca;
nos meus olhos a vida ia cantando:
e olhei para você quase chorando...)
Que bom que você veio!"
Há a letra de uma música antiga que foi criada por uma menina de (se não me engano) 14 anos de idade à época (talvez, anos 50 ou 60 - vim a conhecer a música através de tias que a cantavam) . Não sei o nome da autora, nem quem a cantava. Lembro de parte da música (impossível escrever nesta tela ou em papel - fica no cérebro) e de parte da letra por sua significação e beleza (imagem):
"Moça triste da chuva
Cabelos de água
e mãos de sereno.
Por que choras assim,
de corpo inteiro?
Teu canto de chuva,
eu canto primeiro."
Carlos Roberto Husek
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