sexta-feira, 10 de março de 2017
Poema para rezar
Senhor...
Estou aqui prenhe
de pedidos.
(pudera não ter
atendimentos
obtido..!)
Pois, em sua grande
maioria,
não são bens materiais,
cargos, sucesso,
dinheiro.
(são mais difíceis,
creio...)
Por outro lado,
peco na forma;
será que devo pedir
seguindo alguma
norma?
(ajoelhado, contrito,
cabeça baixa sobre
a terra)
Há uma certa
solenidade,
ou posso falar
"Ao Amigo",
com alguma
licenciosidade?
(acho que não devo
agir com tal abuso,
nem para um
psicológico uso)
É fato que não
sou religioso,
o que torna
este apelo ilusório.
(talvez, melhor
seria uma capela,
um oratório)
Devo pedir sobre,
o genuflexório,
ou de pé andando,
ensimesmado?
(tenho receio
de estar este escrito
inadequado)
E quanto ao teor
do pleito,
haveria assuntos
proibidos
que podem deixar
os céus sem jeito?
(minha condição
humana e frágil
anuncia
o insucesso da
súplica deste feito)
Não sei se é
possível dizer sem
definir,
só falar e não
requerer para
um bondoso olhar
usufruir..!
(a comunicação
tem extrema
dificuldade)
Perante Vossa
Suprema Autoridade
às vezes quero ficar,
outras, quero me ir.
(não há deveras
nada que me apavore)
Abro meu templo,
meu corpo e espírito.
para este sacrossanto
e imperioso requisito
de estar pleno,
embora possa
parecer um labirinto.
(que cada um tem
o seu e o seu
caminho)
De assuntos
comezinhos
será que as Hostes
divinas tratam
com carinho?
(há coisas que
me atingem,
quando estou
comigo, sozinho)
Enfim,
faço um relato
da minha dúvida
e inconsistência.
(mas, o Senhor
delas deve ter
ciência..!)
A alma humana
tem uma dimensão
impensada,
revela-se para
o mundo
despreparada.
(nada em relação
à mesma é
muito fácil)
Trata-se de
uma realidade
não unidimensional,
pois contém
múltiplas facetas,
e profundidades
diversas,
de cores adensadas
e notas musicais
mal ouvidas
e descoradas
em face de uma
prece,
sempre repensada.
(as relações da vida
são sempre santas)
No entanto,
os demais viventes
tecem críticas
não condizentes,
que circulam
pelas cidades
e circulam
indiferentes.
(Senhor, perdoe
os maldizentes)
Deles, por ora
é o reino da terra
átrio da grande
jornada
e quem se arvora
para a guerra,
fica cego para a paz.
(aos livres de.
julgamento presto
homenagens)
O brilho
do diamante
na sua natural
pureza
é lapidado
pelas incertezas
causadas
pelos desavisados,
que se entendem
apontadores
de alheios pecados.
(todos somos
indignos
de travestirmos
de acusadores)
Por ora,
aqui encerro
este modo
peticionário,
que desse escopo
não se reveste
e sim de escopo
vário,
convencido
que não lhe dou
exata forma
de petição,
apreciai-a, Senhor,
como uma forma
de oração.
Carlos Roberto Husek
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