sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Espiral
Fim de tarde...
Sobre os prédios da cidade
há um resto de sol que arde,
um resto de sol que arde,
resto de sol que arde,
de sol que arde,
que arde,
no fim abrasante
e sufocante da tarde.
Surge no cérebro em pânico
um pensamento prânico,
de respiração contida,
de resto inocente de vida,
resto inocente de vida,
inocente de vida,
de vida.
E acaba com a noite vasta,
o que pintara o dia,
e em cada estrela do éter,
brilha em luz uma agonia,
em luz uma agonia,
uma agonia.
Só os grilos e os sons surdos
espalham-se nas ruas perdidas,
todos dormem sem vida,
dormem sem vida,
sem vida.
Há uma solidão, um abandono
a embalar o sono,
a embalar o sono,
o sono,
e no sonho que inunda o espaço,
o espírito não tem cansaço,
não tem cansaço,
e leve voa sobre os prédios
da cidade,
da cidade,
que a noite invade
a noite invade,
invade.
No âmago das coisas mortas,
há dias e tardes terminantes,
e noites iniciantes,
em todas as portas,
em todas as portas.
que se abrem e fecham
no fim da tarde,
no fim da tarde,
sobre os prédios da cidade,
da cidade.
Carlos Roberto Husek
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Gostei muito desse poema me trouxe à memória "Canção de Outono" da Cecília Meireles.
ResponderExcluirSolidão acolhedora
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