domingo, 13 de outubro de 2013
Saga do Rio 1
O rio
tem curvas,
tem pedras e segue,
tem nichos e segue e segue,
despreparado, desiludido de folhas,
de pássaros solitários e sóis,
que se multiplicam,
seguindo ondas,
desfeito.
Do leito,
na profundidade,
por vezes um canto triste,
um ruído, um ruído muito triste,
que se perde nas laterais, desmaiado,
pelos fatos, caminhos de ninguém,
que não sabe como termina,
em águas cantantes,
sem passado.
Passagem,
mera passagem,
contínua e célere passagem,
complacente, reflexiva, repentina,
refúlgida, revivida, em gotas revestidas,
de pequenas e claras ondulações,
de imperfeições adaptadas,
que se penteia,
absorto.
Um rio
de água plácida,
de água translúcida,
de água que se engrosse,
um fio de água que marulha,
e se amarga contornando.
pedras, folhas, galhos,
e depois se enfatua,
insolúvel.
Assim,
nossa vida,
misteriosa vida,
que contorna obstáculos,
cresce, engrossa, fortalece, canta,
carrega triste seus problemas,
escurece-se e chora e ri,
ondula-se livre,
e morre.
Carlos Roberto Husek
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Poetas
ResponderExcluirAi almas dos poetas
Não as entende ninguém,
São almas de violeta
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!
Florbela Espanca
Estou num momento F orbela, rsrsrs. Ela diz o que penso....
Essas paragens andam um tanto paradas...
ResponderExcluirNão faça isso, ilustre poeta
Brinde-nos de forma mais amiudada
Pois seus leitores precisam de seus versos
Para enfrentar a semana
Por vezes tão pesada....
Movimento
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