sábado, 8 de junho de 2013

Poesia sem título



Sob a pele
(linda pele)
nascem fissuras.

Cegos,
meus olhos,
    teus olhos
seduzem-se
    de manhãs
e de sóis.

Somos luzes.
Iluminados,
enquanto o tempo
desencapa,
lentamente,
os fios que nos ligam
e eletricamente
nos acendem.

Silêncio...

Aproxima-se a noite.
Choram gatos
     na redondeza,
e tudo perde
    a forma e a cor.

Lembranças
que conversam
            conosco
(diálogo de mortos)
ao pé da mesa,
       ao pé da cama,
na varanda
       sem vidros,
encostadas no tronco
de árvores nuas
pelo outono.

O som dos passos
sobre as folhas caídas,
em rítmo lento,
reverberam no escuro.


Carlos Roberto Husek

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