sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Latipac - A cidade e seus espelhos


A vida é sempre recomeço,
mas não começa do nada,
há sempre algo que sobra,
para uma nova murada,
somos células, átomos,
que advém de outros,
           reproduzidos,
nada é novo sob o sol,
nada é novo na vida,
o sol que se põe nasce,
o que nasce há de morrer,
mas morre uma tarde
para logo renascer.
Há coisas eternas,
   e indestrutíveis,
sobre a camada de vida,
a própria morte impera,
impera a própria vida,
há sempre um recomeço,
no começo de tudo,
à noite anoiteço,
de madrugada fico mudo,
de manhã amanheço,
vivo, respiro, aconteço,
mas de noite anoiteço,
de madrugada fico mudo..
A vida é tudo...
      A vida é tudo...
           A vida é tudo....

Carlos Roberto Husek
 

4 comentários:

  1. Gostei muito desse poema.
    A vida é tudo.....

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  2. Dizem que o arquétipo da Morte é eterno. Como a própria definição de arquétipo propõe, é algo que sempre existiu, existe e existirá, mas .... como assim eterno?
    Qual a referência de eterno? A vida? Ou seria a ausência de Morte?

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  3. Então acho que Deus criou o dia e a noite para que dormíssemos e acordássemos e assim pudéssemos ensaiar a vida e a morte ...

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