terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Latipac - A cidade e seus espelhos


Rio de Janeiro

(destacando Vinicius de Moraes, versos grafados de "Soneto da Hora final")


"Ao transpor as fronteiras
                      do Segredo
Eu, calmo, te direi:
                - Não gtenhas medo
E tu, tranquila, me dirás:
                - Sê forte.
E como dois namorados
Noturnamente tristes e enlaçados
Nós entraremos
          nos jardins da morte."
..................................................

De repente, do pranto o riso,
e do riso o pranto longo,
de repente, o despertar sem som,
e o dormir sem estrondo,
de repente, uma dura realidade,
nos mineralizará eternamente,
de repente, tu serás aquela
    que olharas antigamente,
nos velórios familiares,
e eu serei aquele que pensava
                    nas distâncias,
dos entes que se foram
    sem aviso e sem licença,
de repente, seremos dois
    com esta mesma essência,
fazendo iguais papéis
para os que ficaram presentes,
de repente, seremos dois
    simplesmente ausentes,
de repente, os teus iguais,
não necessitarão ser mais chorados,
de repente, todos estaremos
                               clarificados,
e a morte não terá sucesso,
        o sucesso esperado,
porque tudo estará em sombra,
    irremediavelmente acabado.

De repente,
 não mais que de repente,
esta poesia nasceu assim,
descontente,
esta poesia nasceu assim,
ausente,
 esta poesia nasceu assim,
 virtualmente posta,
esta poesia nasceu assim,
disposta,
esta poesia nasceu assim,
composta,
em resposta a nada,
de repente, é manhã,
ou madrugada.
A vida é um repente
           a vida é um nada.

Carlos Roberto Husek

que o dia tem,
de repente

2 comentários:

  1. Que saudade dos seus poemas, das suas aulas, das conversas, das risadas, das loucuras.... Sua poesia trata os lados da vida de forma tão real!!!! Você sabe expressar o que sentimos. É bom ler seus textos explicativos, suas poesias....enfim tudo!!!!!

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