sexta-feira, 11 de agosto de 2017
A voz das coisas
Estava observando o nada,
e o teto me encarava
com sua pintura branca...
Nos retratos alguns rostos
indagavam-me sem palavras
sobre o que fazia...
Conversei com os antepassados
que de suspensórios cogitavam,
sair das fotografias...
Os livros enfileirados
gritavam em suas páginas
textos e textos de modo surdo...
Alguns enfeites, corujas, estatuetas,
símbolos, conjunto de canetas,
não se atreviam falar...
Tesouras dentro das gavetas,
calavam-se tristes
em suas hastes metálicas,
Vi com as pálpebras fechadas
que ressonavam entre paredes
todas minhas formas de vida.
O silêncio de tudo,
me segredava memórias
e estas, sim, dançavam absortas.
Não dormi apreensivo
de que os objetos sem vida
respirassem infinitamente.
Porque estavam vivos
e me olhavam desesperados
para contar que me entendiam.
..........................................................
As horas passam desfilando
pelos ambientes vazios
como caravanas mudas.
Percebo que tenho mais,
dentro de mim
do que os dias permitem.
Quando me cerco
de gente no trabalho e na vida,
vivo a eloquência das ideias.
E os sentimentos e raciocínios
falam aos meus ouvidos coisas
inexplicáveis...mas, sei o que são.
Carlos Roberto Husek
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Observando-se o nada, enxerga-se tudo, sentimentos são reforçados, energias recompostas e fortalecida a certeza de que coisas inexplicáveis devem ser vividas por mais que o coração sofra. uil
ResponderExcluirAcho que o coração somente sofre por falta de crer no que vê e no que sente, mas concordo com o comentário. A vida há de ser vivida na sua plenitude.
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