domingo, 15 de janeiro de 2017
Reação
Palavras
e carinhos
ao vento,
se espalham
e se pulverizam.
No ar nada fica
somente uma
inconveniência
nas atitudes
reativas.
É a lógica racional
de um mundo
de posições
rigidamente
marcadas.
A língua
falada
ou escrita
têm vocábulos
intraduzíveis,
e se mostram
estranhas.
Espaços
perdidos,
mundos
perdidos,
olhos cegos,
ouvidos surdos.
Cérebros
que não
entendem,
mãos que não
se encontram,
corações
que não batem.
Falo,
mas que temor
pode causar
o que digo?
Olho,
mas que temor
pode causar
o que vejo?
Abro
os braços,
mas que temor
podem causar
os meus braços?
Minha palavra
é perdida.
Meus olhos
voltam-se
para
o invisível.
Meus braços
abrem-se
para
despedidas.
Tudo cai
no vazio.
E o vazio faz depósitos de poeira...
E o vazio preenche-se de espinhos...
E o vazio faz murchar as flores...
E o vazio encharca os campos...
E o vazio torna ácida a chuva...
E o vazio constrói distâncias...
E o vazio alimenta as intempéries...
E o vazio escurece o sol...
E o vazio torna densas as nuvens...
E o vazio engole sorrisos e afagos...
Demolição...
Só não destrói
o que foi
dedicado
a uma
solidificada
construção
composta
de:
Um tijolo de compreensão.
Um tijolo de cooperação.
Um tijolo de amizade.
Um tijolo de indulgência.
Um tijolo de esperança.
Um tijolo de amor.
Carlos Roberto Husek
Carlos Roberto Husek
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O sonho encheu a noite
ResponderExcluirExtravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre.
Adélia Prado